Kofi Annan diz que Irão aceita "saída por eleições" de Assad

O antigo mediador das Nações Unidas e da Liga Árabe para o conflito na Síria, Kofi Annan, declarou que o regime iraniano aceitaria a saída de Bachar al-Assad, desde que fosse fruto de eleições. Novo mediador da ONU está em Damasco para negociar uma trégua para a festa muçulmana que se assinala no próximo dia 26.
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Kofi Annan, que se encontra de visita a Washington, disse ter-se reunido com os mais altos dirigentes do regime iraniano na última deslocação que fez a este país, em julho, no âmbito dos esforços de mediação do conflito, e que todos eles se mostraram unânimes em aceitar um abandono do poder por parte do líder sírio, Bacharl al-Assad, desde que se tratasse de uma "saída por eleições".

Annan falava na apresentação do seu livro de memórias, 'Interventions - a Life in War and Peace', e revelou que, por exemplo, o Presidente Mahmoud Ahmadinejad lhe disse que a "democracia é a solução, a democracia é a resposta para a Síria". Quer este, quer outros dirigentes do regime de Teerão cujos nomes não revelou, aceitavam a ideia de uma ida às urnas para decidir o futuro de Assad, "mesmo que as eleições fossem supervisionadas pelas Nações Unidas".

No âmbito dos esforços de mediação da ONU, chegou hoje a Damasco o novo mediador para o conflito sírio, Lakhdar Brahimi, para novas ronda de contactos. Falando ainda em Amã, Brahimi considerou um sério risco a propagação do conflito "se não chegar rapidamente a um cessar-fogo".

Se este cessar-fogo não for possível, "o conflito irá ultrapassar as fronteiras da Síria, espalhar-se a toda a região e para além desta".

Brahimi tem como um dos seus objetivos conseguir uma trégua para a festividade muçulmana de Aid al-Adha, homenagem a Abraão e ao sacrifício de seu filho, que se inicia a 26 e se prolonga até dia 28.

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